Quem te avisa…

Se ontem dormi sob os pinheiros, hoje fá-lo-ei sob os eucaliptos do parque de Campismo de São Torpes. Aliás, já o fiz, assim que cheguei, depois de montar a tenda e de tomar um duche.
Até por volta das 14:00 o percurso foi debaixo duma chuva leve e fria, daí em diante as nuvens foram desaparecendo e a temperatura foi caindo. O vento, esse grande inimigo, mantém-se.
Pelo caminho fui dando razão a várias pessoas…
Ao Tiago, por me ter sugerido acampar em Santo André, ao que fiz orelhas moucas; tivesse eu aceite a sua dica e não me teria fatigado tanto.
Ao Humberto, por se ter oferecido para me emprestar uns alforges dianteiros mais pequenos, que estupidamente, não aceitei. Os meus são enormes e oferecem uma resistência brutal ao vento, para além de ter de pedalar com mais força, quarenta quilómetros fazem-me doer os ombros duma maneira infernal.
Ao Salgueiro, pelo seu “cuidado com a alimentação” de ontem, este tipo de viagem esforça-me mais do que previ e hoje tive de parar na berma da estrada, sem mais demoras, para devorar dois nougats (abençoados) e uma lata de sardinhas.

Talvez aquelas barras energéticas não sejam mariquice afinal de contas.
Felizmente, ainda sigo alguns conselhos, e ter escolhido ontem o parque da Praia da Galé, como a Ana Teresa e o Elias sugeriram, foi o melhor que fiz.
Acho que me vou quedar aqui pelo fim-de-semana, muito longe não irei certamente. Há pouco fui encomendar pão para amanhã e banqueteei-me, é mesmo este o termo, com uma sopa de legumes e um bitoque, seguido dum café e um whisky. Vim pelo caminho, no meio do mato e sem iluminação, como se fosse o rei do mundo.